Alto Jequitibá é um pequeno município, com uma área de 153,07 km2, com 8.500 habitantes, localizado na  Vertente Ocidental do Caparaó, no entorno do Parque Nacional do Caparaó onde é condômino, tendo em seu perímetro e vizinhança várias unidades de conservação como a APA I de Alto Jequitibá, as RPPNs do Projeto RESGATE ( Parque Ecológico Tropeiro da Serra, Vale das Arapongas e Refúgio dos Sauas, Mata dos Jacus e Bosque dos Samambaiaçus),  APA de Alto Caparaó, APA de Caparaó,  o Parque Natural Sagui da Serra, a  APA de  Manhumirim e o futuro Parque Estadual do Grumarim/Semad/IEF/MG, tendo um grande potencial para o ecoturismo.

Recebeu este nome por causa de um Jequitibá de grande altura  situado perto de um pouso de tropeiros que cortava a região, onde a fertilidade das terras foi o principal atrativo para fixação das primeiras famílias, que a partir de 1862 passaram a cultivar o café, substituindo progressivamente as florestas nativas por plantações. Hoje a relação da cafeicultura com as matas é extremamente conflitante, pois os fragmentos florestais são considerados pelos agricultores como reservas para  a expansão cafeeira, que normalmente se dá sem os cuidados ambientais necessários, não respeitando os limites impostos pela legislação federal nem as áreas de preservação permanente. Por falta de orientação e fiscalização ocorrem ainda desmatamentos e queimadas clandestinas para a abertura de novas áreas para o cultivo do café, que segue métodos de produção tradicionais, onde são frequentes o uso de adubos químicos sem análise do solo e o uso indiscriminado de agrotóxicos, sendo a assistência técnica aos agricultores extremamente precária e a qualidade do café comprometida.

Alto Jequitibá, como muitos municípios mineiros que tem como base de sua economia a monocultura do café, enfrenta o agravamento de seus problemas socioeconômicos, devido a crise  no setor, especialmente no segmento da produção primária, onde nos últimos anos, os preços médios pagos ao produtor não remuneraram sequer os custos de produção. O índice de desenvolvimento humano IDH 0,61, é o reflexo dos problemas sociais enfrentados pela população, que sem outras oportunidades de trabalho, tem na colheita do café a sua única fonte de renda. Fica evidente que o Poder Público  ao longo dos anos, não tem conseguido desenvolver  políticas sociais específicas que pudessem reduzir as carências e desigualdades da população. Para reverter esta situação é necessário o interesse do Poder Público por princípios como a participação de todos e a valorização do comunitário, a formação de parcerias e o desenvolvimento de programas e projetos  que envolvam efetivamente a   comunidade.

Para mudar esse cenário, A Fundação Vida & Meio Ambiente vem nos últimos anos atuando no município, buscando através do fortalecimento das organizações locais e da implantação do turismo, especialmente do ecoturismo, promover o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população. Com o Projeto Resgate de Criação de RPPNs, que está sendo desenvolvido no Distrito Padre Júlio Maria, nas  zonas de Preservação Permanente e Conservação da Vida Silvestre da APA I de Alto Jequitibá, a Fundação objetiva  preservar  os   remanescentes de Mata Atlântica e a  sua biodiversidade,  bem como promover um maior envolvimento da comunidade do entorno nas questões ambientais, dividindo experiências que levam as pessoas a apreciar, entender e cooperar com a conservação dos recursos naturais.

 


 

Voltar