CARACTERIZAÇÃO DA AVIFAUNA DA APA I DE ALTO JEQUITIBÁ, RPPN REFÚGIO DOS SAUÁS E SANTUÁRIO ECOLÓGICO MATA DOS JACUS

Dr. Michel Barros Faria¹; Luiz Fernando de Souza Junior²; Vitor Pinheiro Herdy³; João Victor Motta de Souza e Andrade Salerno³; Marcos Eli Lima de Oliveira³ ¹ Curador do Museu de Zoologia Newton Baião de Azevedo e Professor do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Minas Gerais- UEMG, Unidade de Carangola / Pesquisador / Coordenador ² Pós-Graduando em Educação Ambiental pela Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG / Pesquisador ³ Graduando Ciências Biológicas pela Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG/ Estagiário Fevereiro, 2014

RELATÓRIO:

Solicitado por: Carlos Monteiro, proprietário das RPPNs: Refúgio dos Sauás e Santuário Ecológico Mata dos Jacus, pertencentes ao Projeto Resgate, inseridas na “APA I de Alto Jequitibá”.

Introdução:

A avifauna brasileira com 1822 (+22) espécies já registradas é também uma das que despertam mais interesse do mundo, devido ao grande número de espécies endêmicas e com o maior número de aves ameaçadas de extinção, o que comprova a necessidade de ações de conservação e que acresçam o interesse público pelas aves, que em outros países já se revelou muito eficaz para o desenvolvimento de uma cultura de conservação (GWYNNE, 2010). Segundo Louredo et al (2008), aves são ótimas para serem utilizadas em educação ambiental, estão presentes em todos os habitats, inclusive em ambientes antrópicos.

De acordo com Benites e Mamede (2008), a educação ambiental concebe o elo de interação entre as ciências e destas com as comunidades, interagindo como uma ferramenta útil à biologia da conservação e forte aliada para o alcance de sociedades sustentáveis. Além de gerar preocupações e sensibilização, pode significavelmente direcionar para tomada de medidas estratégicas de conservação viáveis e afetivas. Do respectivo conceito, Antas (2009) diz que, as aves formam um grupo de animais que nos despertam grande interesse, seja pelas suas diferentes formas e cores, seja pela facilidade de encontrá-las na maior parte dos ambientes do planeta. Destacando os benefícios de conhecer a avifauna, Argel-de-Oliveira (1996), destaca que o uso de atividades com aves em Educação Ambiental tem como objetivo justamente, crescer o intuito nas crianças e adolescentes da percepção quanto à existência de animais, especialmente vertebrados, ao redor do ser humano, mesmo daquele mais urbano, propondo assim uma aceitação de convivência harmônica com o natural, tendo em vista também de acordo com Andrade (1993), que as aves atuam como bioindicadoras de um ambiente saudável e funcional, tendo muito valor, pois colaboram em diversos aspectos, como no controle biológico de pragas, formigas, carrapatos, ratos, cobras, além de serem polinizadoras e extremamente importantes na dispersão de sementes, auxiliando diretamente na recuperação de áreas degradadas pela ação antrópica. Neste contexto verificando a importância da APA I de Alto Jequitibá, para a conservação da vida silvestre e na a ligação do corredor de Mata Atlântica entre o Parque Nacional do Caparaó (PNC) e o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB), o presente trabalho teve como objetivo, inventariar as espécies de aves por meio de pontos e escuta, imagens digitais, registros sonoros, e redes de neblina tendo em vista contribuir com o conhecimento sobre as espécies que incidem na Unidade de Conservação.

 

Objetivos:

Inventariar por meio de registros sonoros, fotográficos e por captura em redes de neblina “mistnets” as espécies de aves da APA I de Alto Jequitibá, Alto Jequitibá, Minas Gerais. Objetivos específicos ü Identificar táxons de relevante interesse para a conservação (ameaçados, endêmicos e com alta sensibilidade ambiental). ü Criar um banco de dados por meio de fotografias digitais, devidamente identificadas e documentadas disponível na Coleção de Referência de Imagens do departamento de Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Unidade Carangola. ü Criar um banco de espécies coletadas disponíveis no Museu de Zoologia Newton Baião de Azevedo (MZNB).

Area de Estudo:

O trabalho foi realizado nas RPPNs: Refúgio dos Sauás e Santuário Ecológico Mata dos Jacus,  pertencentes ao Projeto Resgate, inseridas na “APA I de Alto Jequitibá”, pertencente ao município de Alto Jequitibá, localizado na Zona da Mata Mineira de Minas Gerais.

Materiais e Métodos:

Como método de captura de aves as redes de neblina são superiores a outros métodos, tanto pela praticidade e versatilidade, quanto pela eficiência, segurança e variedade de espécies capturadas. Redes de neblina são rápidas e fáceis de montar, são eficientes em diversos ambientes (desde praias a florestas), capturam espécies pouco conspícuas e difíceis de observar, etc (KEYES & GRUE 1982, GOSLER 2004). Enquanto método de amostragem de comunidades de aves, as redes de neblina podem não ser um dos melhores métodos, mas têm sido bastante utilizadas para a amostragem de aves que ocorrem no sub-bosque das florestas, especialmente passeriformes (KARR 1979, 1981a, 1981b, KARR & BROWN 1990, RALPH et al. 1993, RENSEM & GOOD 1996, JENNI et al. 1996, LOISELLE 1998). As redes de neblina eliminam o erro do pesquisador na detectabilidade das aves e padronizam as amostragens em diferentes áreas por diferentes pesquisadores, sendo sua principal vantagem a possibilidade de estudar os padrões espaciais e temporais nas taxas de captura e riqueza de espécies (KARR 1981a, 1981b, LOISELLE & BLAKE 1990, 1991, 1993, SILKEY et al. 1999, BLAKE & LOISELLE 2001). Capturas de aves com redes de neblina fornecem uma estimativa da composição local da avifauna, bem como da densidade populacional das suas espécies. Embora seja mais direcionada para aquelas espécies que ocorrem nos estratos inferiores de ambientes florestais, o método de captura com redes de neblina pode ser executado por observadores com pouco treinamento, uma vez que a identificação dos indivíduos capturados é bastante facilitada pela manipulação dos mesmos. As redes foram abertas imediatamente após o amanhecer, sendo monitoradas a cada 20 minutos e fechadas por volta de 14 horas com reabertura em outro local por volta de 15 horas e fechadas das 16 horas. Cada indivíduo de ave capturado foi coletado e acondicionado em sacos de algodão e de coloração opaca para processamento posterior. Foi estabelecida na Trilha dos Jacus, na RPPN Santuário Ecológico Mata dos Jacus, três redes de neblina de 12x3m sendo colocadas a primeira próxima a uma Laje de Pedra em Ambiente de Mata, a segunda rede em Ambiente de transição Mata para Borda de Mata com curso d’água e a terceira rede em Ambiente de Borda de Mata. A Fixação e preservação do material: o material biológico foi preparado na forma de peles taxidermizadas ou fixado em formol a 10%. Amostras de tecidos foram preservadas em álcool etílico 100%. Os exemplares coletados foram depositados nas coleções do MZNB, da UEMG, Unidade Carangola. Para assegurar o sucesso das amostragens de avifauna nas subparcelas de 1 hectare, as mesmas não foram inventariadas com a presença concomitante de pessoas que trabalham com outros grupos taxonômicos.

Resultados:

Foi realizada uma campanha no dia 01 de Fevereiro de 2014, com início às 04h00min. Saindo do alojamento/ponto de apoio, para o local da coleta RPPN Santuário Ecológico Mata dos Jacus. Chegando ao local já escolhido no dia anterior, por volta de 04:35min foram colocadas 3 redes de neblina “mist nets” 3x12m em locais dispostos na trilha e foram denominadas Rede 1 a mais próxima do lajeado em ambiente de Mata. Com um intervalo de 100m da Rede 2 em ambiente de Transição de Borda de Mata e Mata com curso d’água e Rede 3 com intervalo de 25m em ambiente de Borda de Mata. Com início às 6h00min e término às 13h40min foram coletados 07 exemplares. Tabela 1. Tabela 1. Exemplares capturados em Redes de neblina dispostas na trilha da RPPN Santuário Ecológico Mata dos Jacus próximo à divisa da propriedade. Nome científico Nome popular Hora Coletado Lochmias nematura João porca 6h05min. SIM Turdus rufiventris Sabiá laranjeira 6h10min. SIM Lanio melanops Tiê de topete 6h20min. SIM Chiroxiphia caudata Tangará 6h25min. SIM Turdus flavipes Sabiá uma 7h35min SIM Lochmias nematura João porca 9h40min SIM Thalurania glaucopis Beija flor de fronte violeta 13h30min. SIM Foi realizada uma campanha no dia 01 de Fevereiro de 2014, com início às 14h00min. Saindo do alojamento/ponto de apoio, para o local da coleta RPPN Refúgio dos Sauás. Chegando ao local já escolhido no dia anterior, por volta de 14:40min foram colocadas 2 redes de neblina “mist nets” 3x12m em locais dispostos na “trilha das Toquinhas” e foram denominadas Rede 1 a mais próxima das armadilhas de balde em ambiente de Mata. Com um intervalo de 80m da Rede 2 em ambiente de Transição de Borda de Mata e Mata com curso d’água. Com início às 15h20min e término às 16h40min. Foi coletado 01 exemplar. Tabela 2. Tabela 2. Exemplares capturados em Redes de neblina dispostas na “trilha das toquinhas” RPPN Refúgio dos Sauás, próximo ao alojamento/ponto de apoio. Nome científico Nome popular Hora Coletado Synallaxis ruficapilla Pichororé 16h00min. Intercalando com o trabalho de coleta em Redes de neblina também foi feito uma lista com espécies mais conspícuas que foram ouvidas e/ou avistadas em eventuais encontros e observações.

Espécies observadas visualmente e/ou ouvidas durante o trabalho:

Nome científico Nome popular Família

Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inhambuguaçu Tinamidae Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó Tinamidae Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) inhambu-chintã Tinamidae Penelope obscura Temminck, 1815 jacuaçu Cracidae Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha Cathartidae Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-cabeça-amarela Cathartidae Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta Cathartidae Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-de-cabeça-cinza Accipitridae Chondrohierax uncinatus (Temminck, 1822) caracoleiro Accipitridae Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura Accipitridae Harpagus diodon (Temminck, 1823) gavião-bombachinha Accipitridae Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi Accipitridae Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-pernilongo Accipitridae Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo Accipitridae Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó Accipitridae Aramides saracura (Spix, 1825) saracura-do-mato Rallidae Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) saracura-sanã Rallidae Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero Charadriidae Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã Jacanidae Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa Columbidae Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picui Columbidae Columba livia Gmelin, 1789 pombo-doméstico Columbidae Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) pombão Columbidae Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) pomba-galega Columbidae Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa Columbidae Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu Columbidae Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-gemedeira Columbidae Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto Cuculidae Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco Cuculidae Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci Cuculidae Tyto furcata (Temminck, 1827) coruja-da-igreja Tytonidae Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato Strigidae Pulsatrix koeniswaldiana (Bertoni & Bertoni, 1901) murucututu-de-barriga-amarela Strigidae Strix hylophila Temminck, 1825 coruja-listrada Strigidae Strix huhula Daudin, 1800 coruja-preta Strigidae Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira Strigidae Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) tuju Caprimulgidae Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) bacurau Caprimulgidae Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) taperuçu-de-coleira-branca Apodidae Streptoprocne biscutata (Sclater, 1866) taperuçu-de-coleira-falha Apodidae Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro Trochilidae Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) rabo-branco-acanelado Trochilidae Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) rabo-branco-de-garganta-rajada Trochilidae Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura Trochilidae Florisuga fusca (Vieillot, 1817) beija-flor-preto Trochilidae Colibri serrirostris (Vieillot, 1816) beija-flor-de-orelha-violeta Trochilidae Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca Trochilidae Amazilia lactea (Lesson, 1832) beija-flor-de-peito-azul Trochilidae Clytolaema rubricauda (Boddaert, 1783) beija-flor-rubi Trochilidae Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) estrelinha-ametista Trochilidae Trogon surrucura Vieillot, 1817 surucuá-variado Trogonidae Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-de-barriga-amarela Trogonidae Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 tucano-de-bico-verde Ramphastidae Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758) araçari-de-bico-branco Ramphastidae Picumnus cirratus Temminck, 1825 pica-pau-anão-barrado Picidae Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco Picidae Veniliornis maculifrons (Spix, 1824) picapauzinho-de-testa-pintada Picidae Piculus aurulentus (Temminck, 1821) pica-pau-dourado Picidae Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo Picidae Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca Picidae Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818) pica-pau-rei Picidae Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema Cariamidae Caracara plancus (Miller, 1777) caracará Falconidae Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro Falconidae Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã Falconidae Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé Falconidae Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri Falconidae Falco rufigularis Daudin, 1800 cauré Falconidae Primolius maracana (Vieillot, 1816) maracanã-verdadeira Psittacidae Psittacara leucophthalmus (Statius Muller, 1776) periquitão-maracanã Psittacidae Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) tiriba-de-testa-vermelha Psittacidae Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim Psittacidae Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) maitaca-verde Psittacidae Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 choca-da-mata Thamnophilidae Mackenziaena leachii (Such, 1825) borralhara-assobiadora Thamnophilidae Mackenziaena severa (Lichtenstein, 1823) borralhara Thamnophilidae Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) papa-taoca-do-sul Thamnophilidae Drymophila ferruginea (Temminck, 1822) trovoada Thamnophilidae Conopophaga lineata (Wied, 1831) chupa-dente Conopophagidae Scytalopus speluncae (Ménétriès, 1835) tapaculo-preto Rhinocryptidae Chamaeza meruloides Vigors, 1825 tovaca-cantadora Formicariidae Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) vira-folha Scleruridae Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) arapaçu-rajado Dendrocolaptidae Campylorhamphus falcularius (Vieillot, 1822) arapaçu-de-bico-torto Dendrocolaptidae Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó Xenopidae Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro Furnariidae Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) joão-porca Furnariidae Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) barranqueiro-de-olho-branco Furnariidae Philydor rufum (Vieillot, 1818) limpa-folha-de-testa-baia Furnariidae Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832) trepador-quiete Furnariidae Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié Furnariidae Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 pichororé Furnariidae Synallaxis cinerascens Temminck, 1823 pi-puí Furnariidae Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi Furnariidae Synallaxis spixi Sclater, 1856 joão-teneném Furnariidae Cranioleuca pallida (Wied, 1831) arredio-pálido Furnariidae Manacus manacus (Linnaeus, 1766) rendeira Pipridae Ilicura militaris (Shaw & Nodder, 1809) tangarazinho Pipridae Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) tangará Pipridae Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) caneleiro-verde Tityridae Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleiro Tityridae Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto Tityridae Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) araponga Cotingidae Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 patinho Platyrinchidae Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 abre-asa-de-cabeça-cinza Rhynchocyclidae Phylloscartes eximius (Temminck, 1822) barbudinho Rhynchocyclidae Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta Rhynchocyclidae Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio Rhynchocyclidae Todirostrum pictum Salvin, 1897 ferreirinho-pintado Rhynchocyclidae Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) tororó Rhynchocyclidae Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) miudinho Rhynchocyclidae Hemitriccus diops (Temminck, 1822) olho-falso Rhynchocyclidae Hemitriccus nidipendulus (Wied, 1831) tachuri-campainha Rhynchocyclidae Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro Tyrannidae Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha Tyrannidae Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) piolhinho Tyrannidae Attila rufus (Vieillot, 1819) capitão-de-saíra Tyrannidae Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irré Tyrannidae Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira Tyrannidae Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado Tyrannidae Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador Tyrannidae Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi Tyrannidae Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro Tyrannidae Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bem-te-vi-rajado Tyrannidae Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei Tyrannidae Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri Tyrannidae Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha Tyrannidae Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha Tyrannidae Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) lavadeira-mascarada Tyrannidae Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado Tyrannidae Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari Vireonidae Vireo chivi (Vieillot, 1817) juruviara Vireonidae Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 verdinho-coroado Vireonidae Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa Hirundinidae Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra Troglodytidae Turdus flavipes Vieillot, 1818 sabiá-uma Turdidae Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco Turdidae Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira Turdidae Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca Turdidae Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira Turdidae Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo Mimidae Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico Passerellidae Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula Parulidae Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica Thraupidae Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 trinca-ferro-verdadeiro Thraupidae Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto Thraupidae Ramphocelus bresilius (Linnaeus, 1766) tiê-sangue Thraupidae Lanio melanops (Vieillot, 1818) tiê-de-topete Thraupidae Tangara cyanoventris (Vieillot, 1819) saíra-douradinha Thraupidae Tangara desmaresti (Vieillot, 1819) saíra-lagarta Thraupidae Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento Thraupidae Tangara ornata (Sparrman, 1789) sanhaçu-de-encontro-amarelo Thraupidae Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) sanhaçu-frade Thraupidae Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) tietinga Thraupidae Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) saíra-viúva Thraupidae Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul Thraupidae Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818) saíra-ferrugem Thraupidae Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-verdadeiro Thraupidae Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu Thraupidae Sporophila frontalis (Verreaux, 1869) pixoxó Thraupidae Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho Thraupidae Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim Fringillidae Passer domesticus (Linnaeus, 1758) pardal Passeridae Discussão O trabalho de Ecologia e Amostragem é importante para conhecer e estudar as aves presentes na APA I de Alto Jequitibá. Deste trabalho podemos destacar a presença de algumas espécies que possuem um certo grau de ameaça, como a Procnias nudicollis que é considerada Vulnerável para o estado de Minas Gerais.

Conclusão :

Este relatório mostra a importância da necessidade de novas campanhas na APA I de Alto Jequitibá, pois com apenas 01 dia de campo foi possível identificar várias espécies que são consideradas como Bio indicadoras de ambiente e ainda algumas possuindo grau de ameaça. Ressaltamos que o trabalho principal é sobre Ecologia e Amostragem de Aves capturadas em Redes de Neblina “mist nets”, e que esse levantamento eventual sobre a avifauna geral das RPPNs poderá ser feito em um novo projeto a ser executado posteriormente.

Referências:

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